a reconquista!


No exato momento em que o astronauta Neil Armstrong esboçou os primeiros passos sobre a superfície do satélite, às 23h56min e 20’, do dia 20 de julho de 1969, realizando uma das maiores conquistas da humanidade, nós não tinhamos a menor idéia do que aconteceria na Terra nestes 40 anos. Naquele momento, e em todo aquele período, ameaçado pela guerra fria, a década de 60 se encerrava disseminando sonhos e esquentando as baterias dos próximos que viriam e se tornariam os mais vertiginosos anos do século XX.

Naqueles tempos o mundo não era tão globalizado e se dividia, oficialmente, em dois polos: o império capitalista versus o socialista, o leste e o oeste, os americanos e os russos, os azuis e vermelhos e os vermelhos, e todos corriam atrás da tecnologia espacial e da bomba atômica. O poder gerado e disputado pela voracidade destas duas potências geraram competições de ordem astronômica que ultrapassaram a órbita da terra.

Houve um desafio do presidente John F. Kennedy em 1962: “enviaremos nossos homens à Lua antes do final desta década”, dado ao avanço das missões soviéticas a mando de Nikita Khrushchov e após Gagarin conseguir atingir o espaço, em 12 de Abril de 1961.

Neste primeiro vôo orbital, realizado por um humano, ele fez o reconhecimento visual de nosso planeta e a afirmação: "A Terra é azul, e eu não vi Deus".

Na passagem pela Lua pelos astronautas americanos, eles deixaram uma placa com uma simpática mensagem: “Aqui os homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade”.

A conquista da Lua selou a década revolucionária que transformou o mundo com suas rupturas ideológicas, culturais, políticas e sociais colocando definitivamente a humanidade na era contemporânea.

Depois da exploração da Lua, veio o Hubble e fomos muito além do sistema solar e pudemos compreender a formação das estrelas, dos quasáres, das galáxias, da complexidade do buraco negro e da eterna expansão do universo.

Nestas quatro décadas, fizemos muitas conquistas e tudo mudou muito: o homem, o mundo e o universo. O tributo que hoje saudamos por aquela conquista mitológico que colocou, pela primeira vez, o homem além dos limites da Terra, faz pensar que nosso desafio atual esteja na ordem inversa daquela de 40 anos atrás. O que significa, que em nossa era ciberespacial onde a virtualidade impera, onde os espaços geográficos não mais existem e a existência passou a flutuar em galáxias nunca antes visitada, retornarmos à Terra é, talvez, conquistarmos em cada um de nós a capacidade de ampliar nossa conspiração cósmica e salvarmos o planeta.

Mari Pini

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